quarta-feira, 12 de novembro de 2008

na europa

Se não existe um porteiro pra noticiar à vizinhança suas aventuras com o ex, atual e com quem poderá ser seu futuro namorado, ou se não existe uma vendedora que vire sua melhor-amiga-levanta-auto-estima durante os três minutos em que você permanece na loja, ou se na fila do banco você não descobre todas as angústias e conquistas do primo-segundo da velhinha que está na sua frente ... o europeu é chamado de 'frio e sem coração' pelo brasileiro. E por tudo isso ser corriqueiro no Brasil, seu povo é 'caloroso e acolhedor'.
Na Europa, não se sabe da vida do vizinho, sequer se sabe o nome do senhor do bar da esquina onde você vai toda sexta-feira à noite depois do trabalho. Lá no bar, o senhor também não sabe que o que te faz ir ali todas as sextas é a saudade da sua namorada. Pra ele, não interessa. Interessa que você beba três cervejas e pague pelas três, sem conversa, sem fazer "três por duas", porque se, por engano, ele cobrar quatro, no minuto seguinte ele se sente o pior caixa do mundo e, envergonhado pelo serviço mal feito, pede desculpas sem sorrisos e devolve o dinheiro. Porque na Europa ele só quer fazer direito. Como uma máquina? Que seja, mas ele sabe que ser gentil não é forjar ser seu melhor amigo durante três cervejas, é respeitar o espaço do moço que freqüenta seu bar todas as sextas-feiras à noite.

2 comentários:

Daniel Aderaldo disse...

Enquanto vivo em terras tupiniquins, vou fazendo amizade com vendedores e confraternizando com garçons, ex-colegas, a propósito.
- Amigo, traz a saideira.

Anônimo disse...

a propósito, outro dia o seu Rodrigo perguntou por você, onde estava, o que fazia, quando voltava...